"Estou muito sensibilizado e emocionado. Não sei se mereço isto. Suponho que não, até porque não é mérito próprio chegar à idade que cheguei. São caprichos da natureza, mas é agradável", disse entre risos, momentos antes do almoço.

Manoel de Oliveira está a poucos dias de terminar a rodagem de seu novo filme, a partir de um conto de Eça de Queirós, que conta com produção da Filmes do Tejo e apoio financeiro da autarquia de Lisboa.

O cineasta portuense agradeceu ainda a "generosidade" de António Costa, descrevendo Lisboa como "uma cidade lindíssima, muito cativante".

"Sou do Porto, nasci no Porto, vivo no Porto e já agora gostaria de morrer lá, mas não sei onde vou morrer"",
disse.

Terminado este filme, Manoel de Oliveira manifestou vontade de rodar "O estranho caso de Angélica", recuperando um projecto dos anos 1950, que o realizador gostaria de estrear em Maio de 2009 no festival de Cannes, em França.

O produtor François dArtemar disse, hoje, à agência Lusa que a Filmes do Tejo irá produzir este próximo projecto de Manoel de Oliveira, mas ainda não há qualquer garantia de financiamento por parte do Estado.

"O guião é lindíssimo, é a história de uma vida e é o filme que Manoel de Oliveira tem que fazer", disse o produtor.

Manoel de Oliveira começou o dia com uma festa surpresa no hotel onde está hospedado em Lisboa, passou a manhã em filmagens, contando na equipa técnica com vários elementos da família.

Na sexta-feira será homenageado no Museu de Serralves e no sábado será condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique.